21/08/09



Estávamos ambos deitados, na escuridão da noite. A tua mão segurava a minha mão: uma sensação quente na noite gelada que estava. Se não fosse para ver as estrelas (e se não fosse por estares ao meu lado) não teria suportado a brisa gelada que soprava e não me tinha estendido de bom grado na relva fria e molhada. Mas as estrelas viam-se tão bem! Oh, sim, via-se cada uma delas.
Contei-as vezes sem conta. Fiz desenhos e padrões com elas. Imaginei o que estarias a pensar.
Estava tudo silencioso. Não se ouvia nada, excepto o canto dos grilos.
Foi por isso que me sobressaltei quando falaste (por isso e porque, por algum motivo estúpido, o som da tua voz sempre me fez acelerar o coração).
- Fecha os olhos.
- Porquê?

Não me respondeste, como sempre. Esperaste que eu os fechasse.
- O que vês?
A tua cara. A sombra da tua cara, fundida na escuridão. Sempre presente, sempre constante.
- Nada. Estou de olhos fechados, claro que vejo tudo escuro!
A minha voz soou-me demasiado nervosa. Se havia algo que não podias saber era que eu estava de tal forma embrenhada em ti que te via sempre, mesmo quando fechava os olhos.
Fez-se silêncio de novo.
Passado um bocado, que me parece agora demasiado longo, voltaste a interromper o silêncio, pela última vez naquela noite.

- Eu ... Eu vejo-te a ti. Sempre. Vejo-te sempre a ti.

2 comentários:

Rafaela disse...

os pés são da minha prima raquel.
fotografa da vida animal?! nem pensar. só fiquei ao pe dela por causa das fotos, mas mesmo assim andei meia a fugir. estava toda a gente a gozar comigo --

quem é que não 'te ve sempre a ti'? por mais que não queiramos é sempre sempre assim.

Rafaela disse...

aquilo é da anatomia de grey.